22 de novembro de 2009

Amanda, todos fazemos escolhas erradas...

...Sim, todos fazemos. Mas o que dizer de escolhas que afetarão nossas vidas para sempre? O que dizer de esquecer nossos sonhos e conviver com a frustração pro resto da vida?

Fato: fazemos uma das escolhas mais importantes da nossa vida em um dos momentos mais imaturos que atravessamos.

Aos 17 ou 18 anos, somos praticamente obrigados a escolher o que queremos "ser quando crescermos". Nesse momento da vida, a minha maior preocupação era: eu vou passar de ano na escola? Meus amigos ainda vão falar comigo quando o colégio terminar? Será que eu consigo passar no exame prático de primeira ou vou ter que pagar? Ok, eu prestei FUVEST, mas cara, desde quando psicologia é um curso de Biológicas?

Claro que, eu tinha outras preocupações além dessas, do tipo: minha tia vai embora pros EUA e meu irmãozinho vai com ela. Em seguida, minha tia descobre um câncer que poderia matar ela. E exatamente no dia em que eu fiz 18 anos. Com todas essas mudanças, eu parei o cursinho. E eu ia embora com meu irmão e minha tia. E de repente, tudo mudou.

Ninguém foi embora. A preocupação maior era: minha tia vai sobreviver a essa doença maldita?

Só que infelizmente, a vida não para e espera a resolução dos problemas para criar outros. E sim, veio a pergunta: quando e onde você vai prestar vestibular? O melhor de tudo, é que essa pergunta foi feita em Julho, exatamente quando a maioria das faculdades tinha encerrado as provas. E para minha sorte, eu ainda fazia terapia, e graças a ela, eu pude organizar meus pensamentos e decidir que curso fazer e qual vestibular prestar e tudo isso em uma semana. Como eu fiz o maldito colegial técnico de Publicidade, pensei: vou fazer faculdade disso mesmo.

Pronto, estava tomada a decisão que, 4 anos depois me tornaria uma pessoa frustrada. Onde eu estava com a cabeça ao escolher isso? Por que eu não escolhi o curso que há anos eu sonhava, a Psicologia? Eu sinceramente não me lembro, mas me arrependo profundamente. Hoje, aqui estou eu, uma Publicitária, pensando sobre o futuro. O futuro frustrado, de uma pessoa que não poderá realizar seu sonho tão cedo, se realizar.

O grande problema agora é: como lidar com isso? Como lidar com essa frustração imensa, que gera uma sensação de impotência, insegurança, medo.

O mais legal, é ouvir o seguinte: tantas pessoas não trabalham com o que estudaram, é normal. E eu me pergunto então, para que fazer faculdade? Eu economizaria muito tempo e muito dinheiro.

Esse ano, eu estou fazendo uma coleção de escolhas erradas. Desde escolhas de palavras durante uma conversa, ao ponto de magoar alguém até mesmo escolhas na minha carreira, como por exemplo no dia em que eu pedi demissão do emprego seguro que eu tinha e era reconhecida como uma pessoa fundamental na empresa. Mais uma vez, onde eu estava com a cabeça?

Fatos: Escolhas erradas. Decepções. Frustrações. Insegurança. Medo. Mudanças. CRESCIMENTO.

"Amanda, todos fazemos escolhas erradas....e faz parte de crescermos lidarmos com as frustrações da vida. Tudo vai dar certo, se você se dedicar, e for uma pessoa humilde e honesta. Você confia em mim?"

Obrigada.

28 de agosto de 2009

- Angústia -

Sigmund Freud, pai da Psicanálise, realizou estudos sobre o problema da angústia. Ele afirmou que vivemos um profundo mal-estar provocado pelo avanço do capitalismo. Neste ínterim, se faz mister observar o quão sucestível o Ocidente está às doenças próprias desse sistema econômico, tais como a esquizofrenia. Contudo, a mais eminente colaboração da Psicanálise para essa temática pode ser percebida na sua análise do aparelho psíquico: um conflito interno entre três instâncias psíquicas fundamentais ao equilíbrio do ser: as vontades (Id) vivem em constante atrito com o instinto repressor (Superego). O balanço entre as vontades e as repressões tem que ser buscado pelo Ego, a consciência. É o Ego que analisa a possibilidade real de por em prática uma ação desejada pelo Id. Não obstante, controla o excessivo rigor imposto pelo Superego. A esse conflito entre o Id e o Superego, Freud denominou angústia. Cabe ao Ego, portanto, a busca de um equilíbrio entre estas partes do psíquico e, não obstante, entre o sujeito e o todo social."
"Pessoas que apresentam o quadro de angústia sem acompanhamento profissional, desenvolvem outros distúrbios emocionais, tais como cansaço físico-mental, abaixamento da auto-estima
e comportamentos inadequados"

Realmente, Freud era uma pessoa que sabia o que falava. Definitivamente, eu preciso estudar melhor sobre ele. Mas voltando ao tema principal, a Angústia.

É um sentimento extremamente profundo e que foge ao nosso controle. É um sentimento abstrato e que "escurece"nossas vidas de tal forma, que a luz, parece ser inatingível.

Cada um tem suas próprias angústias, condizentes com sua realidade.

Uns são angustiados por serem sobreviventes de um holocausto gigantesco e perderas suas familias, posses...sua base.

Outros são angustiados por não terem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades básicas de sobrevivência, outros, por não terem dinheiro suficiente para satisfazerem suas "necessidades"de atingir determinado status e chamar atenção para si mesmos.

Alguns são angustiados por não saberem lidar com o forte sentimento de insegurança gerado pelas incertezas da vida.

E também, existem aqueles que são angustiados por não alcançarem seus objetivos e serem obrigados a lidar com frustrações constantes.

Quem somos nós para julgar os sentimentos e razões do próximo. Não convivemos com a realidade do outro, não temos conhecimento de seu mundo.

Independente de qual seja o motivo, é muito complicado lidar com esse sentimento obscuro e sinistro que nos domina de tal forma, que acaba com nossa energia e pode nos colocar em um circulo vicioso de sentimentos depressivos sem fim.

Ficamos angustiados => O stress nos domina => Nossas forças são consumidas por coisas negativas => Nossos objetivos ficam cada vez mais inatingíveis => Ficamos frustrados => Ficamos angustiados...e assim continua.

Felizmente, existem saídas.

E cabe a nós mesmos lutarmos para encontrar a luz.